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CGI.br quer reduzir spam no Brasil
O Brasil ocupa o segundo lugar no ranking de spam no mundo e o Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) quer mudar essa posição.
O Brasil ocupa o segundo lugar no ranking de spam no mundo e o Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) quer mudar essa posição. Para isso, o CGI.br recomenda a adoção de boas práticas anti-spam por meio da "gerência de Porta 25". A iniciativa envolverá operadoras de serviços de banda larga, com perfil residencial, e provedores de acesso à Internet.
As recomendações feitas aos provedores de serviços de e-mail incluem a implantação de mecanismos de submissão e autenticação de mensagens. Já para as operadoras, o objetivo é que, em redes de usuários finais de caráter residencial, seja efetuada a restrição ao tráfego com destino à porta 25. "Essas práticas possibilitarão melhorias nos serviços oferecidos aos internautas, reduzindo o abuso de seus computadores e o desperdício de banda", enfatiza Henrique Faulhaber, conselheiro do CGI.br e coordenador da Comissão de Trabalho Anti-Spam (CT-Spam).
A prática, que consiste em diferenciar a submissão de uma mensagem por um usuário final daquela enviada por um servidor de correio, já é adotada por diversos provedores e operadoras em todo o mundo, e sua eficácia tem sido acompanhada pelo Comitê desde 2005. "Temos constatado um resultado bastante satisfatório nessas nações", comenta.
Ainda de acordo com Henrique, a medida reduziria o tipo de abuso que mais ocorre no Brasil: "os spammers de diversos países utilizam a infraestrutura das redes brasileiras para retransmitirem esse tipo de mensagem globalmente. Ao adotar esta recomendação, as operadoras atuarão antes do spam entrar na infraestrutura de e-mail, impedindo que aqueles que saem de máquinas infectadas sejam entregues, reduzindo o desperdício de banda e recursos operacionais, além de facilitar a restrição de abusos", explica.
Segundo resultados da primeira fase do projeto SpamPots, iniciativa desenvolvida pelo Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança no Brasil (CERT.br), verificou-se que as redes brasileiras são difusoras e não são originadoras de grande parte do spam enviado. Foram utilizadas para as medições máquinas conectadas via banda larga e configuradas para apenas emular determinados sistemas operacionais e serviços, permitindo o mapeamento do abuso das redes para envio de spams, bem como o diagnóstico de formas de prevenção efetivas.
De acordo com Cristine Hoepers, analista de Segurança do CERT.br: "Outros dados levantados apontam que 99,9% dos spams que seriam enviados por meio desses sensores vieram de fora do Brasil, sendo que pelo menos 94% seriam destinados a outros países, indicando que nossas redes atuam como difusoras de spams e que suas infraestruturas são abusadas por spammers internacionais", conclui.