Alameda Yaya, 836, SLJ - Jd. Aida, Guarulhos/SP
Pior da crise já passou; juros e spread têm que cair, diz Lula
Ele quer maior oferta de crédito à população.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira que o pior da crise financeira global já passou para o Brasil, pois a retração da economia no primeiro trimestre do ano foi menor do que a esperada, mas disse que os bancos públicos e privados terão de baixar os juros a fim de aumentar a oferta de crédito à população.
"Eu espero que agora os empresários estejam conscientes de que os trabalhadores brasileiros, os consumidores brasileiros seguraram a economia brasileira. Os investimentos do Estado e o consumo da população é que não permitiram que o Brasil tivesse um efeito mais danoso na queda do seu PIB", acrescentou.
"O Brasil vai dar lições a muita gente de como se enfrenta uma crise econômica", acrescentou, dizendo que a economia do país está arrumada.
Sobre a redução da taxa básica de juros para 9,25 por cento ao ano, promovida pelo Banco Central na semana passada, Lula disse que a queda da Selic para um patamar inferior a dois dígitos pela primeira vez na história demonstra a "seriedade" da política monetária do governo.
"Isso é importante porque, obrigatoriamente, os bancos privados e bancos públicos vão ter que reduzir as taxas de juros para que a gente possa facilitar o crédito para a população", destacou o presidente.
"Mas não basta taxa Selic cair (...) é importante que o spread bancário diminua no Brasil. O spread ainda está muito alto, o spread ainda está seletivo, e nós vamos manter todo o esforço para controlar a inflação."
Agenda internacional
O presidente também comentou a agenda de sua viagem internacional, iniciada no fim de semana passado. Na Suíça, Lula defenderá a participação da Organização Internacional do Trabalho (OIT) nas discussões do G20.
"Lá você tem FMI (Fundo Monetário Internacional), você tem Banco Mundial e é importante, então, que você tenha a OIT, que representa os interesses dos trabalhadores do mundo inteiro", argumentou. "Nós temos que estar mais preocupados, todos os líderes, em garantir emprego para o povo, que é isso que conta no crescimento da economia."
Na Rússia, na terça-feira, Lula terá uma reunião com líderes do grupo de países emergentes conhecido como BRICs --Brasil, Rússia, Índia e China. O presidente quer que o grupo atue de maneira conjunta em fóruns multilaterais, uma vez que esses países representam grande parte da população e do consumo mundial.
"Nós queremos nos colocar de acordo sobre temas importantes, sobretudo com o G20, para que a gente faça prevalecer a política adotada nos nossos países, anticíclicas, que tão bem estão enfrentando a questão da crise", afirmou.
Lula irá ainda ao Cazaquistão, na quarta-feira, e retorna ao Brasil no dia seguinte.