Alameda Yaya, 836, SLJ - Jd. Aida, Guarulhos/SP
Por que o Dólar parou de subir?
Especialista explica fatores que conteram a desvalorização do Real nesse começo de ano
Neste início de ano uma continuidade na desvalorização do Real era mais do que um consenso entre os analistas do mercado financeiro. No entanto, até o momento, o que se observa é um movimento contrário. A cotação da taxa de câmbio já acumula queda superior a 2% até as 11 horas de hoje, 28 de janeiro, em relação ao fechamento do ano passado, um movimento que contraria as expectativas de muitos analistas que apostavam na desvalorização da moeda brasileira neste início de ano.
O economista e especialista em investimentos Richard Rytenband destaca alguns fatores que influenciam diretamente neste movimento e que devem ser monitorados com atenção nos próximos meses:
1. O US Dollar Index, um índice que mede a força do dólar frente a uma cesta das principais moedas do mundo, se aproxima de um patamar de preços que dificilmente será superado no curto prazo. O índice se aproxima de uma linha de tendência que vem sendo respeitada há 30 anos.
2. A onda deflacionária, com destaque para a abrupta queda no petróleo, que deve adiar a elevação das taxas de juros nos Estados Unidos. Bem como o anúncio do estímulo monetário pelo Banco Central Europeu e outros países que também tem anunciados medidas de expansão monetária;
3. As primeiras medidas concretas para o ajuste fiscal que estão melhorando a percepção de risco sobre a economia brasileira e sinalizam uma efetiva mudança de direção em relação a política econômica do primeiro mandato da presidenta Dilma;
4.Continuidade do aperto monetário no Brasil e medidas de contenções da oferta de crédito nos bancos públicos e do BNDES;
5. Continuidade das intervenções do Banco Central no mercado de câmbio com a venda de Swaps.
Richard Rytenband ainda reforça que a grande maioria destes fatores descritos são temporários, e portanto, em algum momento esse processo de desvalorização do real deve ocorrer. "Até lá, ao que parece, mais uma vez o consenso estará certo, mas na hora errada", conclui o economista.